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O trinômio da Geologia Estrutural é uma ideia fundamental: esforço gera deformação que resulta em estruturas geológicas. Isso significa que as forças atuantes na litosfera da Terra podem causar mudanças significativas na estrutura e textura das rochas, criando uma variedade de estruturas geológicas.  

O esforço, também chamado de stress (σ), é definido como a força aplicada por unidade de área (σ = F/A). Existem diferentes tipos de esforços, incluindo esforço uniforme, onde as forças são iguais em todas as direções, esforço diferencial, onde as forças variam em diferentes direções, sendo seus principais tipos: 

1. Tensional (extensão): quando o esforço atua perpendicularmente e para fora do plano, separando blocos de rochas. Isso pode levar à formação de fraturas específicas chamadas juntas e, em alguns casos, ao aumento de volume. 

2. Compressivo: quando o esforço atua perpendicularmente e para dentro do plano, comprimindo as rochas. Isso pode resultar na redução de volume. 

3. Cisalhante: quando o esforço atua paralelamente ao plano, causando mudanças na forma e produzindo mudanças angulares. 

A deformação, ou strain, é a mudança de posição, forma ou volume causada pela atuação de um campo de esforços. Existem diferentes tipos de deformação: 

  • • Mudança de Posição em Corpo Rígido: Isso envolve rotação ou translação de um corpo rígido. Na rotação, o corpo gira em torno de um eixo, alterando a configuração dos pontos em relação a parâmetros externos, mas não internos. Na translação, há um movimento do corpo de um local para outro, sem modificar os pontos internos. 

  • • Mudança de Forma e Volume em Corpo Não Rígido: Aqui, a deformação pode envolver distorção (mudança no espaçamento entre os pontos internos da rocha) ou dilatação (alteração no volume da rocha sem modificar sua forma). 

O elipsoide de esforço e o elipsoide de deformação são conceitos distintos. O elipsoides de esforço representam a distribuição das tensões dentro de uma rocha sob esforço, e seus eixos principais são denominados σ1 (eixo de esforço maior), σ2 (eixo de esforço intermediário) e σ3 (eixo de esforço menor). Por outro lado, o elipsoide de deformação é uma representação geométrica da deformação, com λ1 sendo o eixo de maior estiramento, λ2 envolvendo estiramento ou encurtamento e λ3 representando o maior encurtamento. 

Para medir a deformação, podemos observar mudanças no comprimento de uma linha. A Elongação (e) mede o alongamento (positivo) ou encurtamento (negativo) de uma linha (e = (L1 - L0 )/L0), enquanto estiramento (S) compara o comprimento original (L0) com o comprimento após a deformação (L1) (S = L1/L0). 

 

Como referenciar este conteúdo:  

SILVA, Carolina Nunes da. Esforço e Deformação Na Crosta Terrestre. Jovem Explorador, 10 set. 2023. Disponível em: blog_esforco-deformacao-geologia-estrutural>. 

 

 

 

Fontes consultadas:   

FOSSEN, Haakon. Geologia Estrutural. 2ª ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2018. ISBN 978-85-7975-283-4.  

 

PRESS, F.; GROTZINGER, J.; SIEVER, R.; JORDAN, T. H. Para Entender a Terra. Tradução: MENEGAT, R. (coord.). 4a edição. Porto Alegre: Bookman, 2006.  

 

TEIXEIRA, Wilson et al. (Orgs.) Decifrando a Terra. 2º ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009.