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Créditos: Baseado em texto de autoria da Professora Maria Assunção Faus da Silva Dias (IAG/USP)

 

 

A floresta amazônica é também conhecida como floresta da chuva, ou rainforest em Inglês. Esse nome vem da evidente ligação entre chuvas superabundantes e o vigor da floresta com suas árvores imensas e vegetação exuberante. O que não se sabia até alguns anos atrás é que a conexão entre as nuvens que produzem chuva e a floresta é muito mais complexa, indo além da água caindo, penetrando no solo, sendo absorvida pelas raízes, devolvida ao ar pela evapotranspiração das plantas e voltando a alimentar as chuvas.

 

 

As nuvens são constituídas de inúmeras gotinhas de água e pedrinhas de gelo. Para formar uma gotinha de água é preciso uma pequena partícula sólida ao redor da qual a água possa condensar. Essa partícula pode ser poeira de solo, ou material orgânico levantado pelo vento, ou partículas formadas pelos gases emitidos pela vegetação, ou ainda partículas de fumaça das queimadas. Gotinhas de água levadas pelas nuvens para altos níveis da atmosfera congelam e formam cristais de gelo. Vapor d’água também passa diretamente para a forma de gelo nas camadas onde as temperaturas chegam a dezenas de graus Celsius abaixo de zero. A questão principal é que, para que tudo isso ocorra, o ar tem que ter partículas em suspensão, os chamados aerossóis, que vão servir de sementes para a formação de gotinhas de água e pedrinhas de gelo. Toda vez que chove, essas partículas são trazidas de volta à superfície da Terra e a própria chuva lava a atmosfera e a deixa limpa. Acabada a chuva, o processo se inicia novamente com o levantamento de poeira e material orgânico e emissão de partículas naturais e de queimadas, formando novas gotas e cristais de gelo, se houver disponibilidade de vapor d'água.

 

 

Mas as pesquisas científicas recentes, realizadas por brasileiros e outros cientistas internacioanais, têm trazido novidades até então nunca pensadas sobre a formação de chuva na Amazônia. O que acontece na Amazônia é que as chuvas abundantes deixam a atmosfera tão limpa que, ao se fazer a contabilidade das partículas no ar e daquelas que caem com a chuva, fica evidente que deveria existir mais uma fonte de aerossóis do que somente aquelas até então conhecidas. Estes estudos recentes realizados são realziados por meio de voos com aviões de pesquisa de última geração, isto é, instrumentados e medindo concentrações de gases e a quantidade, tamanho e tipo de aerossóis. Os resultados constataram que a própria nuvem carrega gases emitidos pela floresta para altos níveis da atmosfera, onde as condições de temperatura e pressão atmosférica muito baixas favorecem a conversão de gás para partícula, dando origem a novas partículas sólidas extremamente pequenas chamadas nanopartículas.

 

 

Chuvas e correntes de ar se encarregam de trazer essas partículas de volta para os níveis mais baixos da atmosfera, onde voltam a participar do processo de formação de novas nuvens e chuvas. Esse processo, ainda pouco conhecido, é o foco de novas pesquisas para entender a fascinante interação entre nuvens e floresta.    





Referências:

http://www.asiacomentada.com.br/2016/10/compreenso-cientfica-das-chuvas-na-amaznia/

 

http://meioambiente.culturamix.com/natureza/as-chuvas-na-amazonia-a-importancia-para-o-ecossistema

https://www.rainforest-rescue.org/petitions/1107/stop-the-destruction-of-47000-km2-of-amazon-rainforest

 

https://exame.abril.com.br/ciencia/desmatamento-na-amazonia-esta-para-atingir-limite-irreversivel/