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Você sabe como as mudanças climáticas influenciam a formação de furacões?

 

            Com o estudo do aquecimento global, sabe-se que o aumento observado na temperatura média da atmosfera considerando todo o planeta ocorre por diferentes processos físicos, que afetam a superfície, o oceano e a atmosfera. Portanto, cada um desses componentes do sistema climático terrestre possui consequências que já são percebidas atualmente. Porém, elas ainda estão sendo estudadas para sua compreensão mais profunda e precisa do que ocorre no presente, para uma possível previsão e aplicação no futuro próximo. Da perspectiva dos fenômenos oceânicos, os furacões são exemplos de fenômeno severo cuja incidência está associada à mudança do clima, tanto na sua frequência de ocorrência, quanto na sua intensidade.

Para começar, é preciso esclarecer que a formação dos ciclones tropicais (chamados de furacões ou tufões, dependendo do oceano em que se formam) ocorre em regiões de baixa pressão atmosférica e altas temperaturas da água (superiores a 27° C). Com o aumento da temperatura do oceano, as áreas suscetíveis para essa formação também são mais amplas, e a energia térmica para furacões com ventos mais intensos é concentrada. Especialmente no Oceano Atlântico, essa intensificação é notável desde 1980.

Os atuais estudos de correlação (em matemática, a correlação indica o grau de correspondência entre duas variáveis) da frequência de furacões com o aquecimento global são inconclusivos, pois se observa um aumento no registro desses eventos nas últimas décadas, mas que não necessariamente é devido às altas temperaturas. Isso porque, com as novas tecnologias aéreas e por satélites em órbita terrestre, o número mais alto observado de furacões pode ser devido à melhoria das dos métodos de observação.

Em 2022, o furacão Ian, na Flórida, e o supertufão Noru, nas Filipinas, são exemplos de fenômenos que surpreenderam a comunidade científica pelo seu crescimento acelerado, e como atingiram sua intensidade máxima em tão pouco tempo. Considerando que ainda não é possível compreender completamente os processos físicos de causa e efeito que levam aos espisódios mais destrutivos, muito provavelmente ampliados pelas mudanças climáticas, e pela dificuldade ainda existente de prever o grau de destruição antes que eles ocorram, a comunidade científica tem alertado o poder público em nível mundial para que se tomem as providências necessárias que levem à interrupção do aquecimento global em grande escala o mais breve possível.

 

 

Como referenciar este conteúdo:  

BRAZ, Laura H. T. Mudança no índice de furacões. Jovem Explorador, 29 out. 2022. Disponível em: . 

 

 

Fontes consultadas:  

FRITZ, Angela; RAMIREZ, Rachel. Crise climática faz furacões se intensificarem rapidamente, dizem especialistas. CNN Brasil, 27 set. 2022. Disponível em: . Acesso em: 23 de out. 2022.

 

VOSPER, E.; MITCHELL, D.; EMANUEL, K. Extreme hurricane rainfall affecting the Caribbean mitigated by the Paris Agreement goals. Environmental Research Letters. 15(10), out. 2020. doi:10.1088/1748-9326/ab9794.