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Mesmo sendo da mesma "família", podem haver muitas diferenças entre as rochas ígneas. Vamos entender melhor?

 

As Rochas Ígneas são rochas formadas a partir de materiais derretidos no interior da Terra. Este material fundido, que corresponde à “matéria prima” da rocha ígnea, é denominado magma. O resfriamento e a cristalização de um magma podem ser divididas em diferentes estágios, baseados principalmente na temperatura em que ele se encontra e na concentração dos voláteis presentes nele. Até o magma ascender na superfície ou chegar em porções mais rasas da crosta, pode-se produzir uma série de processos de diferenciação magmática que variam a sua composição. Logo, variam as características da rocha ígnea formada através de sua solidificação. Isso faz com que exista uma grande variedade das mesmas. A textura, composição mineralógica, granulometria, composição química, gênese, modo de ocorrência, etc. são critérios utilizados para classificá-las e facilitar seu estudo. 

 

Quanto à sua gênese: as rochas ígneas podem ser consideradas intrusivas/plutônicas (formadas a partir da cristalização lenta do magma em subsuperfície) ou extrusivas/vulcânicas (formadas a partir da cristalização rápida do magma quando chega à superfície da crosta terrestre como lava ou como material piroclástico - fragmentos de rochas lançados ao ar durante a erupção vulcânica).    

  

Textura/granulação: define-se pelo tamanho dos grãos minerais presentes nas mesmas e pelas relações espaciais entre eles. Se os grãos têm aproximadamente o mesmo diâmetro, a rocha é equigranular; do contrário, é inequigranular.  Se os grãos têm até 1 mm de diâmetro, ela é fina; se têm de 1 a 5 mm, é média; se têm mais de 5 mm, é grossa. Se os grãos têm uma distribuição homogênea, é isótropa; se estão alinhados segundo uma dada direção, então é orientada. Há também um tipo especial de rochas ígneas que são as rochas piroclásticas, formadas nas erupções vulcânicas explosivas. Elas são formadas de ejetólitos, que podem ser blocos (mais de 32 mm, totalmente sólidos), bombas (mais de 32 mm, total ou parcialmente fundidos), lapíli (4 a 32 mm) ou cinzas (menos de 4 mm). A textura vítrea se remete à rocha ígnea composta quase inteiramente de vidro (significando resfriamento magmático extremamente rápido) como a obsidiana.   

  

Química: classificação quanto à porcentagem total de SiO2 (sílica) presente na rocha. Podem ser ácidas (mais de 66% de sílica), como o granito e o riolito; intermediárias (52 a 66% de sílica), como o sienito e diorito; básicas (45 a 52% de sílica), como o gabro e o basalto; e ultrabásicas (menos de 45% de sílica), como o peridotito. Essa classificação nada tem a ver com o conceito de acidez (pH) usado em química, e a quantidade de sílica tem pouca relação com quantidade de quartzo (principal mineral constituído por sílica).    

  

Mineralógica/Índice de cor: A maioria das rochas ígneas são classificadas pelas proporções dos constituintes félsicos que possuem: feldspatos alcalinos (A), plagiocásio (P), quartzo (Q) e feldspatóides (F). Os minerais máficos são densos, escuros e, geralmente, formados por ferro magnésio; minerais félsicos são leves, claros, geralmente com muita sílica. De acordo com a maior ou menor presença de minerais escuros (minerais ferro-magnesianos) nas rochas, elas podem ser leucocráticas (claras, 0melanocráticas (escuras, 60hipermelanocráticas. As rochas ácidas são geralmente claras e as ultrabásicas, escuras.  

  

Estrutura: a estrutura das rochas ígneas são as feições gerais da rocha que podem ser observadas desde a escala de amostra de mão até maiores, como em escala de afloramento ou "paredão". Não dependem dos tipos de minerais que as compõem, e dão evidências das condições nas quais ocorreu o resfriamento e a consolidação de magmas e lavas. As principais estruturas estão ligadas ao resfriamento, à movimentação do magma e às variações locais nas condições de cristalização são: 

Maciça: estrutura predominante nas rochas ígneas; aquela em que a massa de cristais é distribuída homogeneamente, sem feições especiais ou que se destacam à vista.

Vesicular: cavidades com aspecto de “bolhas aprisionadas” na rocha, que costumam concentrar-se principalmente no topo de derrames, por representarem a região com menor pressão e menor temperatura dentro da lava extravasada, em contato direto com a água ou o ar.

Amigdaloidal: cavidades, assim como as vesículas, preenchidas por minerais secundários de baixa temperatura relacionados à cristalização de fluidos ricos em íons aprisionados no interior de um derrame.

Fluidal: comum em derrames, são dadas pela orientação de materiais planares de acordo com a direção de fluxo das lavas durante a consolidação.

Fratura conchoidal: regiões de ruptura dos vidros vulcânicos ou de rochas de granulação densa ou muito fina; são arredondadas, côncavas, com dimensões variáveis e apresentando superfícies mais ou menos lisas e brilhantes, de acordo com a quantidade de vidro presente na rocha.

Bandada: sucessão de diferentes litologias em geometria aproximadamente planar em um corpo magmático diferenciado, gerando estratos de diferentes composições com dimensões desde milimétricas até métricas.

 

Como referenciar este conteúdo:  

SILVA, Carolina Nunes da. Classificação das Rochas Ígneas, Jovem Explorador, 10 abri. 2021. Disponível em: blog_classificacao-rochas-igneas>.

 

 

 

Fontes consultadas:   

GILL, Robin. Rochas e processos ígneos: Um guia prático. Porto Alegre: Bookman, 2014.