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À medida que as preocupações com as mudanças climáticas ganham destaque globalmente, torna-se cada vez mais evidente que os impactos vão muito além das questões ambientais e se estendem diretamente para a esfera da saúde humana. Novos problemas de saúde pública são esperados com o aumento de enchentes, intensificação do fenômeno das ilhas de calor urbanas e proliferação de espécies vetores de doenças (insetos).

Nas cidades, com o aquecimento global e ondas de calor, os poluentes transportados pelo ar aumentam, e, portanto, o número de doenças respiratórias, cardíacas e circulatórias também. Estudos mostram que esta relação estatística é direta. Os idosos, crianças e pessoas que vivem com doenças crônicas são os mais vulneráveis à poluição e ao estresse térmico causados pelas ilhas de calor urbanas.  

Além do aspecto puramente físico, a proliferação de vetores como o mosquito Aedes aegypti é facilitada em temperaturas cada vez mais quentes e úmidas. Com as mudanças climáticas, a epidemia de dengue e outras doenças relacionadas se torna mais difícil de combater.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 85% dos países atualmente têm um ponto focal designado como responsável pela saúde em função das mudanças climáticas em seus Ministérios da Saúde. Porém, os planos não têm sido implementados com altas taxas de sucesso, principalmente pela falta de financiamento, pelo impacto da pandemia de COVID-19. que eclodiu  em 2019, e pela capacidade insuficiente de recursos humanos especializados.

A conexão entre mudanças climáticas e saúde humana é uma realidade que não pode ser ignorada. A proteção do direito à saúde pública e universal em vista desses desafios requer uma abordagem incisiva, que envolva a implementação de novas políticas que considerem especificamente as causas do aquecimento global.

 

 

Como referenciar este conteúdo:

BRAZ, Laura H. T. Saúde pública e mudanças climáticas. Jovem Explorador, 26 ago. 2023. Disponível em: . 

 

 

Fontes consultadas:  

ARAUJO, Ricardo Vieira et al. São Paulo urban heat islands have a higher incidence of dengue than other urban areas. Brazilian Journal of Infectious Diseases, v. 19, p. 146-155, 2015.

 

AZEVEDO, Thiago Salomão de et al. Ilhas de calor e aedes aegypti: um estudo preliminar para a cidade de Santa Bárbara d'Oeste, SP-Bra, utilizando sensoriamento remoto.  Congreso Latinoamericano de Ecología Urbana: Desafíos y escenarios de desarrollo para las ciudades latinoamericanas, 1. 2012. p. 174-185.

 

MUITOS países priorizam saúde e mudanças climáticas, mas não têm fundos para agir. Organização Pan-Americana da Saúde, 8 nov. 2021. Disponível em: . Acesso em: 25 ago. 23.

 

RIBEIRO SOBRAL, Helena. Heat island in São Paulo, Brazil: effects on health. Critical Public Health, v. 15, n. 2, p. 147-156, 2005.